sexta-feira, fevereiro 16, 2007

Por que será que toda vez que me ponho a ler me vem à mente os sonhos mais bizarros que já tive? É como se minha mente pegasse no tranco e começasse a vasculhar seus lugares mais longínquos. É só começar a leitura e já vêm na cabeça milhões de imagens antigas e novas, sonho e realidade, tudo se mistura. e ao invés de subjetivar o que está ali, objetivo, a minha frente na forma de letras, eu crio outras imagens. Nessas horas não tem como me concentrar, pois sei que com tanta criação na cabeça não vou apreender tudo aquilo que o escritor codificou naquelas frases. É certo que mesmo que minha mente estivesse completamente vazia – algo impraticável – ainda assim eu não conseguiria captar tudo o que o autor pensou ao escrever, até porque ele mesmo quando escreve tem que ser muito preciso, para que as pessoas ao lerem saibam exatamente o que ele quis dizer... mas ainda assim é impossível o transplante exato das informações, porque até eles mesmos não têm noção de algumas conclusões a que se pode chegar na reflexão de seu próprio pensamento...Nessas horas, então, ponho-me a escrever... solto tudo o que outrora preenchera meus pensamentos na tentativa de esvaziar minha mente, e, só assim conseguir, um pouco mais leve, me dedicar à leitura. Pausa. Vou ao encontro de Juca. Ele já me esperava ansiosamente, e se agita de alegria ao me ver. No caminho penso no que as pessoas pensam de mim – me olham e dizem pra eles mesmos: lá vai a menina com o cachorrinho, ela mal sai.. quase nunca é vista assim como está agora, com roupa de casa, chinelo, cabelo desleixado. Ela, se sente bem assim, pois a roupa é uma expressão de como ela se sente por dentro, ali, andando por aquelas ruas, em casa. Finalmente esse sentimento que sempre a dominara, mas que ultimamente se encontrava perdido, voltou. Na ida ao Rio ele tinha se transferido para lá... estranho como um sentimento que aqui levara 22 anos para se construir, lá teve apenas 7 dias. Então estava em casa de novo...