quinta-feira, maio 07, 2009

Janaína hoje, diferentemente dos últimos dias, acordou cedo. Colocou o despertador justamente pra isso. Ela ia ver seu professor falar. Mas algo aconteceu que ela resolveu não ir mais, ela começou a ter pensamentos negativos e pensou que devia parar de tê-los. Então a menina ficou em casa, querendo limpar sua mente. E ficou e ficou, até que começou a relaxar. De tarde, ao falar com seus amigos, resolve que vai vê-los todos, a eles e ao professor. Quando chega começa a surgir nela um misto de sentimentos que ela não consegue explicar, tem vontade de chorar, escreve algumas linhas. Assiste a palestra. Vê muitas pessoas e fica desconcertada, alegre, insegura, segura, tudo ao mesmo tempo. Parece que ela tinha se desacostumado a ver gente. Agora só fazia ficar em casa ou ir pros mesmos lugares e ver as mesmas pessoas. Num sabia mais como era isso de ver um bocado de gente que ela num esperava. Conversa com seu amigo que tá triste, tem tantos amigos tristes!

Vai pra casa e não consegue se aquietar, tudo mexe lá dentro dela. Não sabe ao certo o que foi. Sente calor e frio, calor e frio. Não que ela um dia tenha duvidado da relação entre o físico, o espiritual e o pscológico, mas hoje sentiu bem na pele o fato, acha até que vai ter febre. Será que foi o que o professor disse? Ela sabe sim, que esse foi um dos elementos que a deixaram assim. Ele sempre falava muitas coisas que ela acreditava, e que mexiam muito com ela. E, ao ponto que ele falava ela ia reconhecendo os pontos em comum com o que estava lendo e deveria estar escrevendo, mas não conseguia. Parece que aquilo era tão certo pra ela, tão verdade e ela tinha tanta vontade de escrever tudo aquilo que não conseguia. Só ficava sonhando com o dia em que seu texto estivesse pronto, ia ser lindo!

Dia desses tinha ido na livraria com o amigo. Pegou um livrinho e leu um conto. E se lembrou de como ler é bom. A literatura era mesmo a melhor coisa já tinham inventado! E era por isso mesmo que seu texto a deixava tão ansiosa, por que falava de literatura também. E quando você fala de coisas queridas, você sempre quer o melhor, por isso é tão difícil. Ela lá, sentada, e aquele outro mundo lhe entrando pelos olhos, percorrendo seu corpo todo, chegando até no coração. Era tão bonito isso. E o pensamento fazia cosquinhas de bonitinho que era. E foi assim que Janaína descobriu uma outra escritora, Ligia Fagundes Teles.