quarta-feira, setembro 10, 2008

Criar cabras e poesias


Olavio mora na casa do estudante, no campus da UFPE. Há pouco tempo, já que antes morava na do Derby. Ele conta a diferença entre elas. A primeira era de gente do Sertão, como ele, que veio de São José do Egito; a que está agora é de quem vem da Zona da Mata e Agreste. Ele diz que tem diferença sim entre as duas origens. O povo do Sertão é mais companheiro, mais generoso. Os outros, mais perto da cidade grande, já parecem ter se modernizado mais, tem mais gente que gosta de “aparecer”.

Veio em 2004 pra Recife para prestar vestibular. Agora não tange mais sua cabrinha, como fazia em São José. Conta o rapaz que em interior parece que as pessoas gostam mais de olhar o tempo. “É comum você vê o cabra sentado na pedra, matutando, olhando as cabras pastar, como ele mesmo fazia. Aqui, diz ele, pra você ver alguém dando bom dia na Conde da Boa Vista é um milagre.

Filho de um serralheiro e uma professora, o rapaz além de estudante é poeta. Fica encabulado de mostrar suas poesias, mas conta um pouco do que fala nelas: da chuva, diz ele, que parece lágrimas que molham a terra ressequida, de feridas.

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